- Você será meu segredo e eu serei o seu! - Disse-me ela através do vidro que nos separava.
- Eu amo você! Por favor, não faça isso! - Implorei a ela. Mas era tarde, era a vida dela ou a minha. Não digo isso por arrogância, ela se entregou por mim. Nesta época atos contra a igreja eram chamados de heresia, e para não me entregar, ela se entregou à fogueira em meu lugar. Todos sabiam que um padre nunca poderia ter relações com qualquer mulher, e é por este amor proibido que ela morre em meu lugar, para me deixar fugir.
- Seus olhos... - foi o que tentou dizer antes de partir.
Mas não lembram-se mais disso!
- Você é meu, e eu sou seu! - Disse-me ele sufocado com o sangue que saia de sua boca.
- Eu amo você!! Por favor não deixe-me aqui sozinho! - Implorei a ele. Mas já era tarde, ele entrara em minha frente recebendo a bala de um nazista em meu lugar. Judeus são odiados por aqui, e ele como soldado não poderia ter se apaixonado por mim. Mas aconteceu, e por este amor proibido agora morre em meus braços, para dar-me mais alguma esperança.
- Seus olhos... - Foi o que me disse antes de entregar-se a morte.
Mas não lembram-se mais disso!
- Professora eu a amo como nunca amei alguém! - Disse-me ele com uma maçã à mão.
- Mas não podemos fazer isso, vai contra tudo... Meu Deus... Como um aluno de dezenove anos apaixona-se por mim? Uma professora de vinte e nove? - Ele realmente estava dizendo aquilo em frente a todos os alunos da sala. Estava constrangida, ele nunca chegou a pelo menos ver meu rosto, então como poderia? A falta de visão seria um impecílio tanto para mim quanto para ele, era um amor proibido...
- Seus olhos... - Disse-me ele.- Amo este tom de azul cinza que somente você possui, meu amor!
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