sábado, 26 de maio de 2012

Carmen, um desespero suicida.

E o sofá continua desarrumado...
A luz está acesa e me encontro aqui acompanhada.
Infeliz daquele que assistir a esta cena tétrica, deste teatro infeliz,
desta vida maldita!


Então, todas as mentiras contadas reaparecem em minha mente.
Venha, vamos começar as despedidas!
Faça-me acreditar que tudo será tão indolor quanto demonstra,
e que uma vez pelo menos, acreditou no veneno que cuspiu em minha face.
Eu escolho ímpar, e veremos quem corta os pulsos primeiro!


Via pessoas decaindo, definhando por medíocres indivíduos que as viam como o lixo que realmente eram... Como o lixo que sou!
Estúpidas, ainda acreditam no final feliz.
Este que se encontra no inferno junto a quem agora me aguarda!


Mas não consigo dormir.
Dormir de luz apagada não me transmite mais segurança,
mas isto não tem importância alguma agora.
Companheiro, já que está aqui, acenda a luz por favor,
quero perder a consciência com o mínimo de dignidade!


Pregue meus olhos pois não querem se fechar,
e deixe esta ferida exposta do jeito que está, cansei de estancar o sangue frio que insiste em sair.
Vá até a cozinha e me traga uma faca, já estou entrando em desespero!


- Tanto teatro desgasta minha paciência Carmen!


Fiz algo hoje, com uma cobertura especial deste mesmo líquido espesso e vermelho que tirou de mim!
Já que é quase meu aniversário de morte, resolvi lhe presentear,
se lhe agradar se encontra no lado esquerdo do meu peito!


E cante pela última vez aquela musica melancólica pois vou desligar a catarse!
Vou dar a mão aquele que mora aqui embaixo da cama,
então pode vir para cima de mim e me sufocar com suas chamas!
Pois o sofá vai continuar desarrumado...

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